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Ora então decidi fazer algo útil e partilhar aqui um bocadinho do conhecimento adquirido durante as minhas viagens. Quer a nível de objectos que deverão ser metidos na mochila antes de partir, quer a nível de algumas dicas úteis para que a viagem ao Sudeste Asiático corra da melhor maneira possível.
Espero que ajude! :)
Essenciais na mochila:
Levar o mínimo de peças de roupa possível. A roupa lava-se e seca rapidamente e lá não precisas de variedade. Estás mais preocupado em aproveitar o momento do que em pensar se estás jeitoso ou não.
Não levar roupa que precise de ser passada a ferro. A sério, onde é que tu vais passar roupa lá? E queres mesmo perder tempo a pensar nisso? Leva roupa prática e que não amarrote com facilidade.
Separa a roupa por tipo. Esta foi uma dica de um amigo meu, o Marco. Separa a roupa por sacos diferentes e de acordo com o tipo. Ou seja, metes roupa interior e de dormir num saco; tshirts e tops noutro; calções e calças noutro. Vai-te facilitar imenso encontrares seja o que for a qualquer momento e não te vai obrigar a desarrumar tudo dentro da mochila. Outra dica útil: faz rolinhos com a roupa antes de a meteres nos sacos. Ajuda a que não fiquem tão amarrotadas. Tenho feito sempre isto e ajuda imenso!
Nunca levar sapatos novos. Os sapatos novos passam sempre por uma fase de adaptação ao pé, e garanto-te que não vais querer passar por essa fase lá... Os meus chinelos comprados na Oysho há mais de um ano atrás têm sido os meus fieis e confortáveis companheiros nas últimas viagens e não me têm deixado ficar nada mal.
Levar uns bons sapatos de caminhada. Existirão muitas alturas em que terás a oportunidade de embarcar num trekking no meio da natureza, por rochas, ravinas e afins. Leva uns bons sapatos/botas de caminhada e vais ver que aproveitarás muito mais a experiência!
Kit de primeiros socorros. Essencial! Iboprufeno, ligaduras, termómetro, fita adesiva, desinfectante, pensos rápidos, Imodium e alguma coisa para o estômago. Sim, podes comprar tudo lá, mas não sabes quando precisarás por isso leva já de cá.
Fita adesiva grossa. Não fazes ideia das inúmeras utilidades de fita adesiva grossa até lá estares. Uma que aprendi agora foi que é óptima para tapar o ralo dos lavatórios nas casas de banho para poderes lavar roupa convenientemente. Nunca mais viajo sem um rolo!
Tampões para os ouvidos. Vais ficar alojado em sítios em que por vezes vais ouvir barulhos mais animados do beliche do lado ou noutros em que as janelas só servem mesmo para parar o vento porque ouves tudo o que se passa na movimentada rua lá fora, ou ainda noutros em que o barulho dos bichos lá fora vai dar-te luta quando tentas adormecer. Os tampões para os ouvidos vão ser os teus melhores amigos nesses precisos momentos. Acredita.
Leva uma mochila mais pequena para o dia a dia. Leva uma mochila que tenha o tamanho suficiente para andares diariamente com uma garrafa de água, os teus documentos, a câmera fotográfica, o Lonely Planet e o telemóvel. De preferência uma que permita com que as tuas costas respirem. Existem umas fantásticas da Deuter, que não encostam directamente às costas. Mas a Decathlon tem também uma variedade enorme de mochilas de vários tamanhos, cores e feitios. Comprei lá a minha.
Leva a Bíblia (aka o Lonely Planet). Vai ser o teu melhor amigo durante a viagem. A qualquer momento vais ter de decidir onde ir a seguir, o que visitar, onde ficar. Sim há wi-fi em praticamente todo o lado (e gratuito) mas o Lonely Planet permite-te aceder ainda mais rapidamente a informação útil e com credibilidade em qualquer lado onde estejas.
Toalha micro-fibras. Eu acabei por perder a minha após uma viagem de 13 horas de comboio nocturno no Vietname, mas até lá foi-me muito útil! Nem todos os sitios onde vais dormir têm toalhas e no meio de nenhures poderás precisar de alguma. É leve, fácil de guardar e seca muito rapidamente.
Lenço/echarpe. Para as miúdas: vais querer visitar templos em que não te vão deixar entrar de ombros à mostra, vais dormir em transportes onde o ar condicionado está no nível Polo Norte, vais precisar de uma almofada improvisada. O lenço estará lá para ti.
Outras dicas úteis para te ajudar a teres uma viagem tranquila:
Aprende as frases básicas. Aprende a pelo menos dizer "olá", "obrigada", "desculpe", "bom dia", "boa tarde"... O "hello", "thank you" e afins são reconhecidos em praticamente todo o mundo, mas nunca fez mal a ninguém aprender algumas pequenas palavras de forma a interagir um pouco mais com a cultura local. Sabadee!! :)
Não julgues. Visitas um país destes para absorveres e aprenderes a cultura local. De certeza que vais dar de caras com tradições e aspectos da cultura que te poderão chocar, mas respeita. Se não consegues lidar com isso, talvez estes países não sejam a melhor opção para ti.
Descarrega uma app de GPS. Não imaginas o jeito que te vai dar teres um mapa na palma da tua mão quando estás a tentar encontrar o caminho de volta para o teu hotel no meio de uma cidade desconhecida ou dentro de um táxi quando achas que o taxista te está claramente a tentar enganar. Eu descarreguei a "maps.me" pela Appstore e funciona bem!
Começa conversas com os locais. Vais-te surpreender com a generosidade, carinho e espontaneidade da população local. Podes ler muito sobre a cultura local na internet, em guias... Mas não há nada como interagir com quem lá vive para teres acesso a pequenos segredos e pormenores locais.
Não planeies demasiado. Antes de partires é bom teres uma ideia dos sítios que queres mesmo visitar mas não te feches num itinerário. Vais conhecer diferentes pessoas e vais ouvir falar de sítios que nunca tinhas ouvido falar antes quando lá estiveres. Como dizíamos no Laos "It's in God's hands!". Os melhores momentos são aqueles de que não estávamos à espera. Go with the flow :)
Sai dos trilhos habituais. Não te limites aos trilhos habituais dos guias turísticos. Arrisca e sai dos trilhos de vez em quando. Se o fizeres com cabeça e segurança, não te vais arrepender!
Sê open-minded. Esquece preconceitos, tabus, medos, inseguranças. Arrisca, faz o que sentes que te apetece fazer. Mete conversa, sorri, ri, dança, abraça. :)
No spicy! Se tu ou o teu estômago não são fãs de comida picante, lembra-te sempre destas 2 palavras antes de pedires comida: "No spicy!". A não ser que estejas numa de fazer uma dieta à força. Aí, dá-lhe com a alma!
Evita o gelo e água não engarrafada. Não vale a pena arriscar. Opta antes sempre por água engarrafada e evita o gelo. A não ser que, mais uma vez, estejas naquela da dieta à força...
Experimenta a comida local. Não cedas à tentação de recorrer a comida ocidental quando lá estiveres. "When in Rome, be roman!" A comida local é óptima e variada. Arrisca e experimenta algo que nunca experimentarias em casa.
Mantém o passaporte bem perto de ti. A par dos cartões de crédito/débito, o teu passaporte é sagrado. Se estiveres em hotéis decentes com cofre, deixa-o lá. Se não, anda sempre com ele. E lembra-te de o digitalizares e guardares a cópia no teu email.
Mente e braços abertos. O sorriso que tens estampado na cara e o brilhozinho nos olhos não vão deixar ninguém indiferente. Vais conhecer gente de todo o mundo, ansiosa por partilhar a sua experiência e momentos felizes contigo. Aproveita até ao último momento, não há nada melhor :)
Espero que estas dicas te ajudem a ter uma viagem tão feliz como as que eu tenho tido! Há muitas mais coisas a referir, mas acho que com isto já te safas bem. :)
Se quiseres mais dicas ou que partilhe o meu roteiro de viagem manda-me um email. Terei todo o gosto em ajudar!! :)
Depois de 2 dias inteiros em viagem, cheguei exausta a Lisboa. À saída do aeroporto fumo um cigarro comprado no Laos e percebo agora porque foi tão barato... Mas faz-me pensar que ainda estou lá, por isso fumo-o até ao fim.
Chego a casa. Tempo de tomar um banho decente, trocar mensagens com amigos, passar todas as fotos para o computador na ânsia de reviver a viagem, desfazer a mochila e aperceber-me que me senti mais em casa durante estas 3 semanas passadas do que neste preciso momento.
O cansaço torna-se demasiado e tenho de me deitar para descansar pelo menos umas horas até ao jantar. São 15h.
Quando acordo, tento perceber onde estou. Vientiane? Luang Prabang? Kong Lor? Passados uns segundos percebo que estou em Lisboa e que são 2 da manhã. Dormi praticamente 12 horas seguidas! Estes próximos dias vão ser difíceis... No Laos agora seriam 8h da manhã, hora de acordar e de ir tomar o pequeno almoço para nos prepararmos para mais um dia no paraíso.
Ouço os carros ao fundo lá fora e desejo que fosse a trovoada que anunciava todas as noites a chuva. Já sinto saudades.
Foram 3 semanas em que fui muito, muito feliz e em que descobri muitas coisas sobre mim mesma. Coisas que muito provavelmente causarão mudanças na minha forma de estar e na forma como defino as minhas prioridades.
Lembro-me do nervoso que sentia quando estava a planear a viagem, e de pensar em tudo o que poderia correr mal. Lembro-me de ouvir amigos e família a dizerem-me o quão corajosa me achavam e de eu pensar "será que sou mesmo capaz?"... Mas fui. E quem quer também é capaz. É só preciso querer e sentir o bichinho cá dentro a dar-nos força para avançar.
O mais difícil é mesmo dar o primeiro passo: decidirmos que vamos e comprar o bilhete de avião. A partir daí, já não há medo. Há uma ânsia de descobrir uma nova cultura, estranhos que se transformam em amigos de um momento para o outro, um sentimento de liberdade interior, e a vontade de nunca partir.
Não me lembro da última vez em que fui assim tão feliz. :)
Nunca mais serei a mesma e ainda bem. Que venha a próxima aventura, quiçá Indonésia...!
Até já!!
PS: Mesquita: obrigada pelo incentivo na procura da felicidade :) devo-te muito!!
Kong Lor é uma pequena aldeia, no meio de nenhures, cujo único atractivo é mesmo a Kong Lor Cave que fica a 1,5km de distância, as paisagens lindas de morrer que a rodeiam e a simpatia dos locais.
Depois de uma noite sem ar condicionado, apenas com uma ventoinha que caso falhasse significaria provavelmente uma morte causada por afogamento em suor, acordámos por volta das 8h, tomámos o pequeno almoço e pusemos-nos a caminho da Kong Lor Cave. 1,5km faz-se bem a pé, normalmente, mas garanto que fazê-lo debaixo de um sol abrasador e 36 graus, sem um bocadinho de sombra onde nos pudéssemos refugiar, revelou-se uma tarefa algo árdua...
Lá sobrevivemos, comprámos o bilhete e embarcámos num long boat que nos levaria a percorrer a gruta e voltar num espaço de aproximadamente 2 horas. Connosco apenas o colete salva vidas, as câmaras fotográficas e uma lanterna.
E de facto valeu muito a pena a viagem de quase 8 horas, os litros de suor perdidos, a procura de um sítio para ficar com 11 Kilos às costas e a noite sem ar condicionado.
É uma experiência fantástica. Não existe luz nenhuma dentro da gruta, por isso se não se levar uma lanterna é impossível ver seja o que for. A meio parámos e pudemos dar uma volta a pé por caminhos já delineados pelo homem.
Continuamos caminho, e temos de sair do barco umas quantas vezes para empurrá-lo quando ficava preso em zonas com menos água.
A saída da gruta é uma visão fantástica. Saímos da escuridão total para uma zona do mais verde que há, rodeada por rochas de dimensões avassaladoras, búfalos que se banham nas águas do rio e uma sensação de paz indescritível. Dizem que as borboletas procuram lugares que estejam em equilíbrio, e aqui o que não faltam são borboletas de todos os tamanhos e feitios que nos rodeiam a toda a hora.
Voltamos para trás e ao sairmos do barco, já novamente na entrada, damos com um grupos de jovens monges a divertirem-se nas águas junto à gruta. Não resistimos. Uns metros à frente, mesmo sem fatos de banho, tivemos de dar um mergulho naquelas águas cristalinas. As roupas já estavam encharcadas em suor, por isso entrar com elas vestidas na água, não faria grande diferença :)
Ao almoço, num dos restaurantes da aldeia, fomos rodeados pelas crianças da família que geria o restaurante. Aqui, não se fala inglês, mas também não há timidez que impeça a interacção com os Falang (os estrangeiros). As crianças são espontâneas, curiosas e extremamente afectuosas como qualquer criança deveria ser.
Voltamos para jantar no mesmo sítio, e sou imediatamente apanhada pela Mai, uma miúda de cerca de 8 anos, com quem tinha brincado à hora de almoço.
Conhecemos um francês chamado Joe, com 40 e tal anos, que nos chama a atenção por falar Lao de uma forma fluente com os locais.
Trabalha para uma ONG a nível de projectos de preservação da vida selvagem no Laos. Contou-nos a sua história, as dificuldades que enfrentou ao chegar ao Laos e não falar uma palavra da língua, e como o facto de ter aprendido a língua mudou totalmente a atitude dos locais para com ele e facilitou o seu trabalho.
Após mais uma beer Lao, voltamos para o hotel. No dia seguinte havia que acordar às 6h para apanhar o autocarro das 7h rumo a Vientiane.
O Salvador e a Leine ficam a meio caminho de onde seguirão para as 4000 ilhas e depois para o Cambodja, e eu continuo até à última paragem onde me aguardam algumas horas até ao meu voo para casa.
Trocamos abraços apertados preenchidos com a saudade que já se acusa prematuramente. Com o coração partido por ter de partir, há no entanto um sorriso que luta para enxugar a lagrimita teimosa. Só me posso dar por feliz por os nossos caminhos se terem cruzado e por fazerem agora parte da minha vida. :)
O último dia em Vang Vieng é passado na piscina do hotel onde o Stod e o Randy estão hospedados. Imaginávamos um dia tranquilo, zen, a aproveitar os últimos cartuchos nesta cidade. Após 1 hora e meia de sossego, começam os ataques de ansiedade. Eis que chega um grupo enorme de party animals que tinham estado no tubing no dia anterior. Pelos vistos um deles fazia anos e vieram iniciar as celebrações nesta mesma piscina. Jesus.
Tivemos que gramar com eles durante umas 2 horas, mas lá se foram embora deixando-nos a aproveitar ainda uma horinha de paz e sossego.
Nessa mesma noite despedimo-nos do Stod e do Randy para na manhã seguinte partirmos os 3 numa mini-van para Vientiane. Chegamos cerca de 4 horas depois.
A impressão menos boa que tinha tido da capital do Laos quando fui de taxi do aeroporto para a estação de autocarros há uma semana atrás é substituída por uma bem melhor após um passeio de algumas horas na cidade. Para uma capital de um país deixa muito a desejar a nível de movimento e animação mas mesmo assim é uma cidade que ainda tem algumas coisas para oferecer, e verifico que afinal até se encontram pessoas bem simpáticas que nos dizem "Sabadee" (olá) quando se cruzam connosco na rua e abrem um sorriso espontâneo.
Visitámos o COPE, um centro que pertence a uma organização criada em 1997 pelo Ministério da Saúde em conjunto com algumas ONGs, e que serve de ponte entre fundos de ajuda internacionais e as vítimas de acidentes causados por bombas largadas durante a guerra no Vietname e que nunca chegaram a explodir.
O território do Laos continua a ser alvo de limpezas de áreas contaminadas por bombas por explodir. Este trabalho tem de ser feito manualmente com a ajuda de detectores de metais, e são precisos por vezes 10 dias para cobrir uma área de 1 hectare.
Continuámos a nossa caminhada pela cidade e parámos num pequeno bar para matar a sede. O momento zen foi interrompido por uma francesa na mesa ao lado que sorvia um sumo como se não houvesse amanhã.
Falava no skype com alguém que a teve de aturar não só a sorver o sumo de uma forma completamente animalesca, como também a fazer barulhos estranhos com uma criança Lao de cerca de 2 anos que estava no bar, para a câmara, durante uns 10 minutos seguidos.
O dia acabou cedo e no dia seguinte continuámos caminho em direcção a Kong Lor para visitar uma famosa gruta que lá existe.
Apanhamos um autocarro local que levaria 7 horas a chegar ao destino.
Rock Lao a passar na tv arcaica no autocarro. Vendedores que entram no autocarro em praticamente todas as paragens para vender pão, snacks, toalhitas, fruta e afins.
Os passageiros são compostos pelos locais, os 3 turistas aqui, e algumas baratas, avistadas no início da viagem pelo Salvador mas que depois não ousaram a dar novamente o arzinho de sua graça.
A meio da viagem (eu a meio de um sono que me apanhou de fininho) o autocarro trava a fundo e quase somos empurrados para fora da estrada por um camião que vinha a alta velocidade numa estrada cheia de curvas apertadas no meio da montanha. Remédio santo para abrir a pestana o resto do caminho.
Vemos no gps que nos estamos a afastar do sítio onde era suposto pararmos. Mostro o nosso bilhete ao motorista que por gestos me diz que ainda não estamos lá. Ninguém fala uma palavra de inglês neste autocarro. Bonito.
Continuamos a viagem e o autocarro dirige-se a uma zona em construção completamente isolada de tudo. Só estamos nós os 3, o motorista e os ajudantes e um casal de Laos. O autocarro pára nessa zona em construção, e 5 homens vestidos de camuflado sobem para o topo do autocarro e começam a descarregar material de construção. Estilo vigas e afins. Aqui, são os autocarros locais que transportam o material de construção para as obras. Um calor infernal lá fora, e nós, dentro do autocarro, esfomeados, após 6 horas de viagem apenas com uma paragenzinha para um xixi rápido, no meio de nenhures, à espera que estes tipos descarreguem o material todo.
Vemos algumas baguetes em sacos de plástico no autocarro, e começamos a pensar em estratégias para distrair o casal que ainda está dentro do autocarro para conseguirmos tirar pelo menos 1 baguete para os 3. Não o fazemos claro. Mas vontade não falta...!
30 minutos depois o autocarro arranca apenas para parar novamente no último sítio onde tinha parado antes para recolher novamente as pessoas que tinham saído do autocarro nessa altura. Ou seja: os idiotas dos turistas foram levados para a porcaria do sítio em construção e tiveram de gramar com os tipos a descarregar o material, enquanto que os outros passageiros ficaram à espera que o autocarro voltasse, confortavelmente sentados à sombra e a comer, beber e a ir à casa de banho como se não houvesse amanhã.... :|
É isto.
Chegados ao destino, uma aldeia no meio de nenhures, corremos para o primeiro restaurante para matar o bicho que nos corroía o estômago e para matar a sede com um Beer Lao. Quente. Claro.
Seguiu-se uma extenuante procura por uma guesthouse minimamente decente que nos pôs a caminhar vários quilometros com 10 a 15 kilos às costas.
Finalmente encontrámos um poiso, litros de suor depois.
Chegada a Vang Vieng, dirigi-me à Guesthouse onde a Marjoleine e o Salvador já estavam alojados. Não tinham mais quartos single disponíveis, pelo que teria de ficar no quarto da Leine que tinha camas twin. Nao estava a conseguir falar com ela para confirmar se podia ou não partilhar quarto com ela. Mas sem problema, o tipo da guesthouse, após a minha descrição da Leine (rapariga alta, loura), não teve quaisquer problemas em deixar-me entrar no quarto mesmo sem o ok dela. Estas regras de segurança deixam um bocadinho a desejar... Mas o que interessa é que lá pude entrar, tomar um bom banho e ir ter com eles a um bar, o Kangaroo.
Esta foi a primeira de algumas noites super animadas aqui em Vang Vieng.
Vang Vieng é a capital da loucura backpacker no Laos. Era um destino que eu já tinha riscado inicialmente do meu roteiro porque não me identifico muito com este tipo de sítio. A diversão é levada ao limite, a cidade está repleta de bares especialmente dedicados aos backpackers, e não faltam actividades por aí para ocupar os dias de quem decidiu não passar os limites na noite anterior. Escalada, zip lining, Tours na zona, kayaking, etc.
E claro, a grande atração: o tubing.
Existem uma série de locais aqui em Vang Vieng que organizam estas excursões. Eis no que consiste o tubing: mete-se uma série de pessoas dentro duma carrinha e carrega-se a carrinha com grandes bóias de borracha. Chegados ao destino (um ponto mais alto do rio), é hora de se meterem em cima da boia, e começarem a descida do rio, empurrados pela corrente. Pelo caminho, nas margens, existem uma série de bares que "pescam" os tubes (as bóias), lançando cordas com garrafas na ponta a que se podem agarrar e ser puxados para o bar. Cada bar tem as suas actividades para poder atrair o máximo número de pessoas possível. Quando nos fartamos de um bar basta agarrarmos no tube novamente e seguir rio abaixo até ao próximo bar.
Na verdade hoje em dia o número de bares é bastante reduzido, tendo o Governo, há uns anos atrás fechado totalmente o rio devido ao número de casualidades que se verificavam todos os anos. (Rio + bebida + miúdos inconscientes = acidentes graves)
O rio foi entretanto aberto mas o número de bares é bastante reduzido.
Vang Vieng é definitivamente a capital da loucura. Não faz propriamente o meu estilo, mas que me tenho divertido muuuuito, lá isso tenho. :)