Dias 6 e 7. Hoi An e a promessa de aventuras.
19.5.15Cheguei a Hoi An no dia 18. Ă chegada, como prometido, tinha o tio da Perfume Ă minha espera. Thang de seu nome, mas mais conhecido por Mr. T.
Antes da boleia fez questão que nos sentåssemos num cafezinho ao lado do aeroporto e ofereceu-me uma cerveja. A partir daà começou a apresentação da empresa dele, a tal Easy Rider. Ele criou a empresa hå jå 17 anos e tem hoje cerca de 12 pessoas a trabalhar para ele.
Conversa para aqui, conversa para ali, lĂĄ acabei por fechar negĂłcio com ele. AmanhĂŁ de manhĂŁ estou de partida para uma tour de mota seguindo o caminho de Ho Chi Minh. Fico uma noite num hotel pelo caminho e no Ășltimo dia ele leva-me directamente ao aeroporto de Danang para que eu possa seguir para o Laos.
Confesso que não sou grande fã de motas, mas algo me disse para arriscar. Para além de que Hoi An é bom durante 2 dias, depois jå é demais. (Pelo menos para mim)
Levou-me Ă Guesthouse, onde saltei imediatamente para o banho e descansei um pouco para logo depois pegar numa bicicleta (sĂŁo gratuitas) e partir Ă descoberta da cidade.
Hoi An foi em tempos um grande porto, tendo aos poucos perdido a sua importĂąncia. Hoje em dia a cidade estĂĄ repleta de turistas e as antigas casas dos pescadores e comerciantes sĂŁo agora lojas, galerias de arte, restaurantes e bares. Tem um ambiente descontraĂdo e sabe a fĂ©rias. A quantidade de casalinhos que se veem em todo o lado nĂŁo Ă© de espantar. Hoi An tem um lado romĂąntico muito vincado. Toca a seguir para outro lado jĂĄ que isto de andar sozinha no meio de casalinhos enamorados nĂŁo Ă© coisa que me assista.
Uma das coisas fantĂĄsticas de se viajar sozinho Ă© que Ă© comum passarmos por outros viajantes a solo e existir uma troca de olhares cĂșmplices e cumprimentos disfarçados com a troca de um sorriso discreto. Como se dissĂ©ssemos "eu sei o que estĂĄs a sentir agora".
Passei por uma sĂ©rie de mulheres a viajarem sozinhas em Hoi An. No entanto, atĂ© agora foi o sĂtio onde estive mais sĂł comigo. O que nĂŁo me incomoda de todo, apenas Ă© a primeira vez, desde que cheguei ao Vietname, que me senti assim.
Hoje de manhĂŁ fui experimentar as famosas praias. Peguei na bicicleta rumo a An Bang.
Por cerca de €1,50 aluguei uma espreguiçadeira por 1 dia, e a praia de facto Ă© fantĂĄstica. Ăgua morna, transparente, areia branca e um calor que me forçou a estar a maior parte do tempo debaixo do chapĂ©u.
Por volta das 14h começou-se a ouvir a trovoada que anunciava o habitual temporal que se faz sentir todos os dias nesta altura do ano. Dirijo-me Ă minha bicicleta, pronta para pedalar a toda a velocidade os 4kms que me separavam da Guesthouse. As nuvens pretas que se aproximavam em fast forward fizeram com que rapidamente tirasse essa ideia da cabeça e corresse a refugiar-me no primeiro restaurante que encontrei na praia. Passados 3 minutos, o vento começou a levantar-se e parecia que o cĂ©u ia desabar. A praia paradisĂaca onde eu estava 10 minutos antes tornou-se no cenĂĄrio de um filme sobre catĂĄstrofes naturais.
LĂĄ fiquei no restaurante, tapada com o pareo, enquanto a toda a volta (a esplanada era coberta apenas em cima) o mundo parecia acabar. TrovĂ”es, chuva e vento forte. Aproveitei para almoçar e passada 1 hora jĂĄ estava em cima da bicicleta, rumo Ă Guesthouse enquanto sentia os Ășltimos pingos de chuva a caĂrem-me na pele.
Pelo caminho passo no meio de arrozais, devolvo os sorrisos sinceros que os locais me oferecem pelo caminho, e sinto-me livre e feliz como nunca antes.
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