Dia 15. On the road again.
30.5.15O Ășltimo dia em Vang Vieng Ă© passado na piscina do hotel onde o Stod e o Randy estĂŁo hospedados. ImaginĂĄvamos um dia tranquilo, zen, a aproveitar os Ășltimos cartuchos nesta cidade. ApĂłs 1 hora e meia de sossego, começam os ataques de ansiedade. Eis que chega um grupo enorme de party animals que tinham estado no tubing no dia anterior. Pelos vistos um deles fazia anos e vieram iniciar as celebraçÔes nesta mesma piscina. Jesus.
Tivemos que gramar com eles durante umas 2 horas, mas lĂĄ se foram embora deixando-nos a aproveitar ainda uma horinha de paz e sossego.
Nessa mesma noite despedimo-nos do Stod e do Randy para na manhĂŁ seguinte partirmos os 3 numa mini-van para Vientiane. Chegamos cerca de 4 horas depois.
A impressĂŁo menos boa que tinha tido da capital do Laos quando fui de taxi do aeroporto para a estação de autocarros hĂĄ uma semana atrĂĄs Ă© substituĂda por uma bem melhor apĂłs um passeio de algumas horas na cidade. Para uma capital de um paĂs deixa muito a desejar a nĂvel de movimento e animação mas mesmo assim Ă© uma cidade que ainda tem algumas coisas para oferecer, e verifico que afinal atĂ© se encontram pessoas bem simpĂĄticas que nos dizem "Sabadee" (olĂĄ) quando se cruzam connosco na rua e abrem um sorriso espontĂąneo.
VisitĂĄmos o COPE, um centro que pertence a uma organização criada em 1997 pelo MinistĂ©rio da SaĂșde em conjunto com algumas ONGs, e que serve de ponte entre fundos de ajuda internacionais e as vĂtimas de acidentes causados por bombas largadas durante a guerra no Vietname e que nunca chegaram a explodir.
O territĂłrio do Laos continua a ser alvo de limpezas de ĂĄreas contaminadas por bombas por explodir. Este trabalho tem de ser feito manualmente com a ajuda de detectores de metais, e sĂŁo precisos por vezes 10 dias para cobrir uma ĂĄrea de 1 hectare.
ContinuĂĄmos a nossa caminhada pela cidade e parĂĄmos num pequeno bar para matar a sede. O momento zen foi interrompido por uma francesa na mesa ao lado que sorvia um sumo como se nĂŁo houvesse amanhĂŁ.
Falava no skype com alguém que a teve de aturar não só a sorver o sumo de uma forma completamente animalesca, como também a fazer barulhos estranhos com uma criança Lao de cerca de 2 anos que estava no bar, para a cùmara, durante uns 10 minutos seguidos.
O dia acabou cedo e no dia seguinte continuåmos caminho em direcção a Kong Lor para visitar uma famosa gruta que lå existe.
Apanhamos um autocarro local que levaria 7 horas a chegar ao destino.
Rock Lao a passar na tv arcaica no autocarro. Vendedores que entram no autocarro em praticamente todas as paragens para vender pĂŁo, snacks, toalhitas, fruta e afins.
Os passageiros sĂŁo compostos pelos locais, os 3 turistas aqui, e algumas baratas, avistadas no inĂcio da viagem pelo Salvador mas que depois nĂŁo ousaram a dar novamente o arzinho de sua graça.
A meio da viagem (eu a meio de um sono que me apanhou de fininho) o autocarro trava a fundo e quase somos empurrados para fora da estrada por um camião que vinha a alta velocidade numa estrada cheia de curvas apertadas no meio da montanha. Remédio santo para abrir a pestana o resto do caminho.
Vemos no gps que nos estamos a afastar do sĂtio onde era suposto pararmos. Mostro o nosso bilhete ao motorista que por gestos me diz que ainda nĂŁo estamos lĂĄ. NinguĂ©m fala uma palavra de inglĂȘs neste autocarro. Bonito.
Continuamos a viagem e o autocarro dirige-se a uma zona em construção completamente isolada de tudo. Só estamos nós os 3, o motorista e os ajudantes e um casal de Laos. O autocarro påra nessa zona em construção, e 5 homens vestidos de camuflado sobem para o topo do autocarro e começam a descarregar material de construção. Estilo vigas e afins. Aqui, são os autocarros locais que transportam o material de construção para as obras. Um calor infernal lå fora, e nós, dentro do autocarro, esfomeados, após 6 horas de viagem apenas com uma paragenzinha para um xixi råpido, no meio de nenhures, à espera que estes tipos descarreguem o material todo.
Vemos algumas baguetes em sacos de plåstico no autocarro, e começamos a pensar em estratégias para distrair o casal que ainda estå dentro do autocarro para conseguirmos tirar pelo menos 1 baguete para os 3. Não o fazemos claro. Mas vontade não falta...!
30 minutos depois o autocarro arranca apenas para parar novamente no Ășltimo sĂtio onde tinha parado antes para recolher novamente as pessoas que tinham saĂdo do autocarro nessa altura. Ou seja: os idiotas dos turistas foram levados para a porcaria do sĂtio em construção e tiveram de gramar com os tipos a descarregar o material, enquanto que os outros passageiros ficaram Ă espera que o autocarro voltasse, confortavelmente sentados Ă sombra e a comer, beber e a ir Ă casa de banho como se nĂŁo houvesse amanhĂŁ.... :|
Ă isto.
Chegados ao destino, uma aldeia no meio de nenhures, corremos para o primeiro restaurante para matar o bicho que nos corroĂa o estĂŽmago e para matar a sede com um Beer Lao. Quente. Claro.
Seguiu-se uma extenuante procura por uma guesthouse minimamente decente que nos pĂŽs a caminhar vĂĄrios quilometros com 10 a 15 kilos Ă s costas.
Finalmente encontrĂĄmos um poiso, litros de suor depois.
AmanhĂŁ Ă© outro dia.
Até jå!
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