Dia 8. Motas, natureza e aventuras.

20.5.15

O dia de hoje foi no mĂ­nimo... Diferente.

Fui apanhada às 9h pelo filho do Mr. T (o Lai) dos Easy Riders, na Guesthouse. Fiz o check-out, pus o capacete e lå parti eu, à pendura numa mota, à descoberta de um pedaço do verdadeiro Vietname fora das habituais rotas turísticas.
Pelo caminho parei num mercado local (daqueles mercados a sĂ©rio, com carne, peixe, legumes, folhas de tabaco e afins. Nada de mercados com souvenirs para turista comprar), visitei My Son (uma espĂ©cie de angkor wat em tamanho muito reduzido, destruĂ­do parcialmente pelos bombardeamentos durante a guerra), visitei uma famĂ­lia local onde tive a oportunidade de fazer um crepe de arroz, e vi cenarios de fazer cair o queixo a qualquer um. Paisagens do mais verde que hĂĄ, o rio a cortar montanhas imponentes, miĂșdos a saĂ­rem da escola e a dizerem adeus Ă  nossa passagem e simplesmente a vida a correr o seu curso como normalmente.
O melhor disto tudo foi o facto de eu ser praticamente a Ășnica turista que existia num raio de muitos kms.
AtĂ© que passa o primeiro outro viajante por nos. Vinha sozinho numa mota que tinha comprado umas semanas antes aqui no Vietname. Israelita, de viagem pela Índia e Vietname hĂĄ jĂĄ quase 4 meses.
FalĂĄmos os 3 um pouco e lĂĄ seguimos viagem, cada um para seu lado. Ele ultrapassa-nos e qual nĂŁo Ă© o meu espanto quando passados 5 minutos, o Lai pĂĄra a mota a fundo, dĂĄ meia volta e eu vejo o israelita a sair todo cambaleante do meio dos arbustos. E mota nem vĂȘ-la. Parece que ao dar a curva algo correu mal (nem ele prĂłprio conseguiu explicar) e perdeu o controlo do bicho. A mota ficou com o guiador torto e num estado lastimĂĄvel. Ele saiu com alguns arranhĂ”es, perdeu alguma pele nalguns sĂ­tios, e o orgulho tambĂ©m sofreu algumas mazelas. Podia ter sido pior.
Lå conseguiram puxar a mota outra vez para a estrada, e com algum esforço, endireitar o guiador e pÎ-la a funcionar. Funcionou o suficiente para chegar a Prau (onde íamos passar a noite) e deixå-la numa oficina.
Ele parecia atĂ© estar bastante bem para alguĂ©m que tinha acabado de sofrer um acidente de mota. Tremia um pouco da adrenalina mas estava com uma atitude super positiva! Aparentemente eram mesmo apenas feridas superficiais. O facto de ele ser mĂ©dico e de trazer consigo um kit mĂ©dico como deve ser fez com que fosse possĂ­vel ajudĂĄ-lo a desinfectar as feridas adequadamente e aplicar compressas. Tive de fazer de enfermeira durante o resto da tarde. A Ășnica coisa que os locais faziam era olhar, apontar e rirem-se. Aparentemente quando um turista sofre um acidente e fica ferido Ă© motivo de chacota para a vila toda.
Tudo parecia mais ou menos bem até o pulso do moço começar a inchar imenso e ele se começar a queixar de dores lancinantes. Dei-lhe alguns iboprufenos que tinha comigo mas mesmo assim ele ainda teve umas ameaças de desmaio por causa das dores.
É bem provĂĄvel que ele tenha o pulso partido, que Ă© coisa em que ele nĂŁo quer acreditar porque isso significa que termina aqui a aventura de 4 meses, jĂĄ nĂŁo hĂĄ indonĂ©sia para ninguem (para onde ele ia a seguir) e tem de contar Ă  famĂ­lia o que andava a fazer em cima de uma mota, sozinho, no Vietname.
Se esta noite não melhorar só lhe resta abandonar ou vender a mota aqui e apanhar um tåxi até Danang para que no hospital possam tratar convenientemente da eventual fractura.

AmanhĂŁ Ă s 7h estou de partida para Danang para apanhar o voo para o Laos. PrĂłximo capĂ­tulo!

And fingers crossed for Aviel :)

Até jå!!

























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